É, foi natal
Até o cão participa da ceia e a criança aparece com ferimento, Papai Noel não existe.
A guerra se instaura: a máquina plim-plim versus cristal tim-tim. Mas quem somos nós para se meter em briga de peixe grande? Ela que vá brigar com o cão, e olha que pode vencer, cão nenhum dará atenção para plim-plim. Vale mesmo se ingressar num bate-papo entre os seus, o velho de barba branca não virá, isso eu sei, 40 graus só enfrenta quem aguenta até porque, nem chuva esse ano veio. Pode um natal sem chuva? O bom mesmo foi dançar em frente da casa, os vizinhos observavam a festa profana. A insanidade contagia até mesmo os gatos, gatos esses que podiam ser vistos sem medo algum, ainda bem...não era sexta-feira, comiam à vontade. Aquela rua, se fosse minha mandava ladrilhar de brilhantes, só para ver, as crianças passarem. A mãe, não preocupada chama o filho para ver o papa, Papai Noel não existe. O telefone tem seu valor numa noite como essa, o toque parece divino, sinos...medo nenhum... e, olha que já passa da meia-noite. Lá vem os gatos, negros-gatos, espiam e escutam tudo, sempre em cima do muro, difícil comer e falar ao mesmo tempo, ainda mais ao telefone, o peru é lançado pela janela, gatos fazem festa. Então foi natal e, o que você fez?
quinta-feira, dezembro 28, 2006
Então foi natal
No centro da mesa, guardanapos de papel grosso sobre ameixas e abóboras cristalizadas. Alguns papos-de-anjo na geladeira, ao lado de queijos, um pudim e pouco mais de três colheradas de açúcar. Um caco verde esquecido debaixo de um móvel (o único que se salvara após o aspirador ter limpo os destroços de um acidente – um tropeção, uma criança, alguns berros). Dois sacos junto à entrada repletos de papel de embrulho e de fita cola. Um homem na rua, orgulhoso dos seus sapatos, aproveitando qualquer instante para os observar. Uma manta azul guardada nos fundos de um armário após breve reflexão (o lixo teria sido a outra hipótese). Um polícia caminhando devagar, ainda entorpecido pela jornada de vinhos e de champagne. A mulher da caixa recolhendo com desânimo o mini autdoor caseiro de boas festas. Um dos enfeites da praça já tremeluzente, com mais de cinco lâmpadas fundidas. A despedida de um grupo de pessoas à porta de casa (metade tem malas, metade diz adeus). Foi certamente Natal um dia destes.
No centro da mesa, guardanapos de papel grosso sobre ameixas e abóboras cristalizadas. Alguns papos-de-anjo na geladeira, ao lado de queijos, um pudim e pouco mais de três colheradas de açúcar. Um caco verde esquecido debaixo de um móvel (o único que se salvara após o aspirador ter limpo os destroços de um acidente – um tropeção, uma criança, alguns berros). Dois sacos junto à entrada repletos de papel de embrulho e de fita cola. Um homem na rua, orgulhoso dos seus sapatos, aproveitando qualquer instante para os observar. Uma manta azul guardada nos fundos de um armário após breve reflexão (o lixo teria sido a outra hipótese). Um polícia caminhando devagar, ainda entorpecido pela jornada de vinhos e de champagne. A mulher da caixa recolhendo com desânimo o mini autdoor caseiro de boas festas. Um dos enfeites da praça já tremeluzente, com mais de cinco lâmpadas fundidas. A despedida de um grupo de pessoas à porta de casa (metade tem malas, metade diz adeus). Foi certamente Natal um dia destes.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
sábado, dezembro 23, 2006
Vermelho, verde e branco?
Quem inventou que Natal é vermelho, verde e branco?As cores, para mim, tem igual importância, por sua multiplicidade de matizes, diversidade de texturas...Quem estipulou que Natal foi criado para lotar ruas, encharcar o trânsito, encher a paciência e entornar o caldo?Cadê o malfadado amor ao próximo,a tolerância, a generosidade,a irmandade?Definitivamente esta mensagem não foi escrita para desejar Feliz Natal...Mas só pra pedir: pensem! analisem!Depois escutem o silêncio preenchido, que nasce após o pensamento!
Forte abraço de meus braços longos que alcançam à todos, amorosamente!
Mayra Jeannyse ( diretora teatral )
Quem inventou que Natal é vermelho, verde e branco?As cores, para mim, tem igual importância, por sua multiplicidade de matizes, diversidade de texturas...Quem estipulou que Natal foi criado para lotar ruas, encharcar o trânsito, encher a paciência e entornar o caldo?Cadê o malfadado amor ao próximo,a tolerância, a generosidade,a irmandade?Definitivamente esta mensagem não foi escrita para desejar Feliz Natal...Mas só pra pedir: pensem! analisem!Depois escutem o silêncio preenchido, que nasce após o pensamento!
Forte abraço de meus braços longos que alcançam à todos, amorosamente!
Mayra Jeannyse ( diretora teatral )
terça-feira, dezembro 19, 2006
Aniversário de Manoel de Barros
Eu vim pra cá sem colera, meu amo.
Do meu destino eu mesmo desidero.
Não uso alumínio na cara.
Quando cheguei nesse lugar-
Só batelão e boi de sela trafegavam.
Aqui só dava maxixo e capivara.
Mosquito usava pua de 3/4.
Falo sem desagero.
Desculpe a delicadeza.
Meu olho te aguamentos.
( Fui urinado pelas ovelhas do senhor? )
o livro das ignorãnças- manoel de barros, 90 anos
segunda-feira, dezembro 18, 2006
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Os Ombros que Suportam o Mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.Tempo de absoluta depuração.Tempo em que não se diz mais: meu amor.Porque o amor resultou inútil.E os olhos não choram.E as mãos tecem apenas o rude trabalho.E o coração está seco.Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.Ficaste sozinho, a luz apagou-se,mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.És todo certeza, já não sabes sofrer.E nada esperas de teus amigos.Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?Teus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança.As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda.Alguns, achando bárbaro o espetáculo preferiram (os delicados) morrer.Chegou um tempo em que não adianta morrer.Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.A vida apenas, sem mistificação.
Carlos Drummond de Andrade
texto enviado por Luciano Paullo ( teatreiro )
quinta-feira, dezembro 14, 2006
Porque já era tempo
Este regresso da chuva - e este regresso em fúria, pelo menos aqui - agrada-me por razões diversas: porque já era tempo que chovesse assim, para arrancar o estio aos corpos e às casas, para lavar os vidros, para lavar as árvores, porque já era tempo da ilusão sumir, este verão perpétuo, este suor de incêndios, este suor das secas, porque já era tempo de ser assim, novamente, tudo embaçado e disperso.
Este regresso da chuva - e este regresso em fúria, pelo menos aqui - agrada-me por razões diversas: porque já era tempo que chovesse assim, para arrancar o estio aos corpos e às casas, para lavar os vidros, para lavar as árvores, porque já era tempo da ilusão sumir, este verão perpétuo, este suor de incêndios, este suor das secas, porque já era tempo de ser assim, novamente, tudo embaçado e disperso.
terça-feira, dezembro 12, 2006
cartaz divulgado na ocasião do lançamento do vídeo
Vídeos universitários em MT
Os vídeos “Exercício 1” (categoria experimental), “Eu nunca mais vou dizer o que realmente Penso” (documentário); da Universidade Federal da Paraíba, e “A câmera adora as mulheres” (ficção), da Universidade Federal Fluminense, conquistaram o primeiro lugar nas suas categorias na 5ª Mostra Nacional de Vídeo Universitário em Mato Grosso e 1ª Mostra de Vídeo Independente. O vídeo de ficção ´´Banheiros, bosques e afins´´, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi eleito o melhor pelo júri popular. No período de quatro a oito de dezembro, no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), foram exibidos 40 filmes, distribuídos nas categorias experimental, documentário e ficção, de todas as regiões do país. O júri oficial foi composto pelo professor Telmo Estevinho, Severino Reino (Bil), Luis Carlos de Oliveira Borges, Alessandra Keiko Okamura e Julio Gonçalves da Silva. Na categoria experimental, o segundo lugar ficou com o vídeo ´´Crisálidas´´, da Universidade Federal de Minas Gerais. ´´Uma flor na várzea´´, da Universidade Federal da Paraíba, conquistou a segunda colocação na categoria documentário. O segundo lugar na categoria ficção ficou com o vídeo ´´ Póstumo´´, da Universidade Federal de Goiás. No último sábado (9), após a exibição dos vídeos premiados, a jornalista Maria Santíssima de Lima, coordenadora de Comunicação Social da UFMT, Luiz Carlos de Oliveira Borges, Severino Moreira Reino (Bil) e Sebastião Rodrigues Palma foram homenageados pelos organizadores da Mostra de Vídeo Universitário e Independente. Sobre os vídeos premiados - Na categoria experimental, “Exercício 1” (PB) tem cinco minutos de duração com direção e roteiro de Marcus Vasconcelos. Em segundo lugar, “Crisálidas” (MG), com oito minutos e direção de Fernando Mendes. Na categoria documentário, em primeiro, “Eu Nunca Mais Vou Dizer o que Realmente Penso” (PB), com quinze minutos de duração e direção de Francisco Sales. “Uma flor na Várzea” (PB), com vinte minutos e direção de Mislene Santos e Matheus Andrade ficou em segundo lugar. Na categoria ficção o primeiro lugar foi de “A Câmera Adora as Mulheres” (RJ), seis minutos e direção de Patrícia Freitas. Em segundo, “Póstumo” (GO), de quatorze minutos e Wertem Nunes Faleiro como diretor. O vídeo mato-grossense “Banheiros, bosques e afins” conquistou o prêmio de melhor vídeo pelo júri popular. Na categoria ficção e oito minutos de duração, tem a direção de J. Tomas e é uma produção assinada pelo Núcleo de Práticas Audiovisuais 3 Tabelas, da Universidade Federalde Mato Grosso. Completam a ficha técnica deste vídeo Caroline Araújo (câmera/fotografia), J. Tomaz (roteiro),e o som foi coordenado pelo próprio Núcleo 3 Tabelas. No elenco: Maurício Ricardo, Maicon Maico, Sabrina Lepinsky, Leleco e William Fidélis. A edição é de Caroline Araújo e J. Tomaz.
Fonte: Jornal Diário de Cuiabá
Vídeos universitários em MT
Os vídeos “Exercício 1” (categoria experimental), “Eu nunca mais vou dizer o que realmente Penso” (documentário); da Universidade Federal da Paraíba, e “A câmera adora as mulheres” (ficção), da Universidade Federal Fluminense, conquistaram o primeiro lugar nas suas categorias na 5ª Mostra Nacional de Vídeo Universitário em Mato Grosso e 1ª Mostra de Vídeo Independente. O vídeo de ficção ´´Banheiros, bosques e afins´´, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi eleito o melhor pelo júri popular. No período de quatro a oito de dezembro, no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), foram exibidos 40 filmes, distribuídos nas categorias experimental, documentário e ficção, de todas as regiões do país. O júri oficial foi composto pelo professor Telmo Estevinho, Severino Reino (Bil), Luis Carlos de Oliveira Borges, Alessandra Keiko Okamura e Julio Gonçalves da Silva. Na categoria experimental, o segundo lugar ficou com o vídeo ´´Crisálidas´´, da Universidade Federal de Minas Gerais. ´´Uma flor na várzea´´, da Universidade Federal da Paraíba, conquistou a segunda colocação na categoria documentário. O segundo lugar na categoria ficção ficou com o vídeo ´´ Póstumo´´, da Universidade Federal de Goiás. No último sábado (9), após a exibição dos vídeos premiados, a jornalista Maria Santíssima de Lima, coordenadora de Comunicação Social da UFMT, Luiz Carlos de Oliveira Borges, Severino Moreira Reino (Bil) e Sebastião Rodrigues Palma foram homenageados pelos organizadores da Mostra de Vídeo Universitário e Independente. Sobre os vídeos premiados - Na categoria experimental, “Exercício 1” (PB) tem cinco minutos de duração com direção e roteiro de Marcus Vasconcelos. Em segundo lugar, “Crisálidas” (MG), com oito minutos e direção de Fernando Mendes. Na categoria documentário, em primeiro, “Eu Nunca Mais Vou Dizer o que Realmente Penso” (PB), com quinze minutos de duração e direção de Francisco Sales. “Uma flor na Várzea” (PB), com vinte minutos e direção de Mislene Santos e Matheus Andrade ficou em segundo lugar. Na categoria ficção o primeiro lugar foi de “A Câmera Adora as Mulheres” (RJ), seis minutos e direção de Patrícia Freitas. Em segundo, “Póstumo” (GO), de quatorze minutos e Wertem Nunes Faleiro como diretor. O vídeo mato-grossense “Banheiros, bosques e afins” conquistou o prêmio de melhor vídeo pelo júri popular. Na categoria ficção e oito minutos de duração, tem a direção de J. Tomas e é uma produção assinada pelo Núcleo de Práticas Audiovisuais 3 Tabelas, da Universidade Federalde Mato Grosso. Completam a ficha técnica deste vídeo Caroline Araújo (câmera/fotografia), J. Tomaz (roteiro),e o som foi coordenado pelo próprio Núcleo 3 Tabelas. No elenco: Maurício Ricardo, Maicon Maico, Sabrina Lepinsky, Leleco e William Fidélis. A edição é de Caroline Araújo e J. Tomaz.
Fonte: Jornal Diário de Cuiabá
domingo, dezembro 10, 2006
Tio Vânia
(...) Durante vinte e cinco anos um homem lê e escreve sobre arte sem perceber nada de arte. Durante vinte e cinco anos remói ideias alheias sobre o realismo, o naturalismo e todas essas tolices; durante vinte e cinco anos lê e escreve sobre coisas que as pessoas inteligentes já sabem há muito tempo e de que os tolos não querem saber - quer dizer, vinte e cinco anos a despejar do oco para o vazio. E ao mesmo tempo que presunção! Que pretensões! Reformou-se e ninguém o conhece, é um perfeito desconhecido; quer dizer que durante vinte e cinco anos ocupou um lugar que não era dele. Mas olha: caminha como um semideus! (...)
Tchékhov, O Tio Vânia
(...) Durante vinte e cinco anos um homem lê e escreve sobre arte sem perceber nada de arte. Durante vinte e cinco anos remói ideias alheias sobre o realismo, o naturalismo e todas essas tolices; durante vinte e cinco anos lê e escreve sobre coisas que as pessoas inteligentes já sabem há muito tempo e de que os tolos não querem saber - quer dizer, vinte e cinco anos a despejar do oco para o vazio. E ao mesmo tempo que presunção! Que pretensões! Reformou-se e ninguém o conhece, é um perfeito desconhecido; quer dizer que durante vinte e cinco anos ocupou um lugar que não era dele. Mas olha: caminha como um semideus! (...)
Tchékhov, O Tio Vânia
terça-feira, dezembro 05, 2006
Mix Brasil em Cuiabá
Programação
A abertura será feita com o filme Amor em Tempos de Guerra (Un Amour a Taire, 2005, França, 103 min.), de Christian Fauré. "Resolvemos abrir com esse longa porque o público gostou bastante", ressalta. A produção é ambientana na primavera de 1942, em Paris, onde os personagens Jean e Philippe arriscam suas vidas para abrigar Sarah, uma amiga de infância de Jean, cuja família foi assassinada pela Gestapo. Jean é o grande amor de Sarah, mas ele é homossexual e apaixonado por Philippe, membro da resistência francesa. Mesmo assim, os três conseguem manter uma relação harmoniosa, até que entra em cena o irmão de Jean, colaborador dos nazistas.
Quando Jean é falsamente acusado de manter um caso com um oficial alemão, começa a descida ao inferno sob o signo do triângulo rosa. Com excelentes interpretações, belas fotografia e direção de arte, o telefilme de Christian Fauré está fazendo muito sucesso no circuito de festivais GLBT, ganhando inclusive o prêmio de júri e de público no Miami Gay & Lesbian Film Festival.
O Mix Brasil trará ainda um série de produções de vários estados brasileiros e estrangeiras, como Mergulho noturno (Night swimming/US, 2005), de Daniel Falcone; Thermopylae (Thermopylae/USA), de Borga Dorter; Ficadas de Mão Única (One end stands/Austrália), de Maiara R Skarheim; Meu Tio Mário (My uncle Mario/Israel), de Na"ama Zalman; e Out Now (Out Now/Alemanha), de Sven J. Matten, entre outros.
A realização do Mix Brasil em Cuiabá é da Zumzum Bar/Disco através do produtor cultural Menotti Griggi. Todos os filmes e vídeos serão exibidos com entrada franca.
Serviço - A Mostra Mix Brasil de Cinema e Vídeo será aberta na quinta-feira (dia 7), às 20h30, no Cinemais do shopping Goiabeiras, e às 23h tem coquetel na Zumzum. No dia 08, às 15h, as exibições acontecem no MISC (Museu da Imagem e do Som), no Centro de Cuiabá. No dia 09 de dezembro, na Zumzum Bar/Disco, as sessões serão às 15h/18h/19h. Informações (65) 3623-6020.
Fonte: Jornal A Gazeta
sábado, dezembro 02, 2006
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